cblc/aulas/09-args/README.org

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#+title: Curso Básico da Linguagem C
#+subtitle: Aula 9: Argumentos e ambiente
#+author: Blau Araujo
#+startup: show2levels
#+options: toc:3
* Aula 9: Argumentos e ambiente
[[https://youtu.be/uufnW60rg2Q][Vídeo desta aula]]
** Vetores e strings
#+begin_src c
char str[] = "banana";
printf("Tamanho de str : %zu\n", sizeof(str)); // Imprime 7.
#+end_src
O vetor =str= é do tipo "/array of char/", tem 7 elementos (=char[7]=) e seu
nome é o endereço do primeiro caractere.
#+begin_src c
char *pstr = "cabana";
printf("Tamanho de pstr: %zu\n", sizeof(pstr)); // Imprime 8.
#+end_src
#+begin_quote
O operador =sizeof= avaliou 8 bytes porque é o tamanho de um endereço.
#+end_quote
O ponteiro =pstr= é do tipo "/pointer to char/", não tem referência sobre
o tamanho da string e seu nome avalia o endereço do primeiro caractere.
*** Vetores de "ponteiros"
Um vetor de /ponteiros/ é um ponteiro para um vetor de endereços:
#+begin_src c
int d1[] = {1,2,3};
int d2[] = {4,5,6};
int d3[] = {7,8,9};
int *v[] = {d1, d2, d3};
printf("Tamanho de v : %zu\n", sizeof(v)); // Imprime 8.
printf("Tamanho de v[0]: %zu\n", sizeof(v[0])); // Imprime 24 (3*8).
printf("Tamanho de d1 : %zu\n", sizeof(d1)); // Imprime 12 (3*4).
#+end_src
#+begin_quote
O operador =sizeof= avaliou 8 bytes porque é o tamanho de um endereço.
#+end_quote
O tipo de =v= é =int *= porque os tipos de seus elementos serão interpretados
na compilação como "/pointer to int/", em vez de "/array of int/".
Para receber esse tipo de vetor, o parâmetro dessa função teria que ser
decladado como...
#+begin_src c
void print_arr(int *arr[], int size);
#+end_src
Ou...
#+begin_src c
void print_arr(int **arr, int size);
#+end_src
*** Vetores de strings
Vetores de strings são vetores de ponteiros:
#+begin_src c
char *frutas[] = {"banana", "laranja", "abacate"};
printf("Tamanho de frutas : %zu\n", sizeof(frutas)); // Imprime 24 (3*8).
printf("Tamanho de frutas[0]: %zu\n", sizeof(frutas[0])); // Imprime 8.
#+end_src
#+begin_quote
O operador =sizeof= avaliou 8 bytes porque é o tamanho de um endereço.
#+end_quote
As strings literais são interpretadas como /"pointer to char"/ (=char *=).
Numa função...
#+begin_src c
void print_list(char **list);
#+end_src
*** Vetor de strings terminado com NULL
Os vetores de argumentos e de ambiente são vetores de strings terminados
com uma string nula (contendo apenas '\0'), o que pode ser representado por
=(void *)0= (ponteiro nulo) ou simplesmente =NULL=.
Esta seria uma lista de strings terminada com =NULL=.
#+begin_src c
char *frutas[] = {"banana", "laranja", "abacate", NULL};
int i = 0;
while (frutas[i]) {
printf("[%d] => %s\n", i, frutas[i]);
i++;
}
/* Imprime:
[0] => banana
[1] => laranja
[2] => abacate
*/
#+end_src
** Parâmetros da função 'main'
As especificação dizem que a função =main= pode ser definida sem receber
nenhum parâmetro...
#+begin_src c
int main(void) { /* ... */ }
#+end_src
Ou com dois parâmetros:
- *Primeiro parâmetro:* variável inteira para a quantidade de argumentos
(tipicamente =argc=).
- *Segundo parâmetro:* ponteiro para o endereço da lista de argumentos da linha do
comando (strings) que iniciou o programa (tipicamente =argv=).
#+begin_src c
int main(int argc, char **argv) { /* ... */ }
#+end_src
Em algumas implementações, a função =main= pode declarar um terceiro parâmetro
para receber a lista das variáveis exportadas para o ambiente do processo:
#+begin_src c
int main(int argc, char **argv, char **envp) { /* ... */ }
#+end_src
Mesmo que o terceiro parâmetro não seja declarado, o ambiente pode ser
acessado com a função =getenv= (=stdlib.h=) ou com o ponteiro global =environ=.
#+begin_src c
#include <stdio.h>
#include <stdlib.h>
// Para informar que 'environ' existe...
extern char **environ;
int main(int argc, char **argv) {
printf("environ[0] => %s\n", environ[0]); // Imprime: SHELL=/bin/bash
char *env = getenv("SHELL");
printf("getenv(\042SHELL\042) => %s\n", env); // Imprime: /bin/bash
return 0;
}
#+end_src
** Conversão de strings para números
Como todos os argumentos são recebidos como strings, haverá situações em
que eles deverão ser convertidos para os valores numéricos correspondentes.
*** Exemplo: programa =soma.c=
#+begin_src c
#include <stdio.h>
#include <errno.h>
#include <stdlib.h>
long str2int(char *str) {
int num; // Recebe o inteiro convertido.
char *end; // Recebe o endereço onde termina o inteiro na string.
errno = 0; // Zerar a variável global 'errno'.
// Converte a parte numérica inicial de 'str' pata long int.
num = strtol(str, &end, 10);
// Checagem de erros...
if (str == end) {
// A parte inicial da string não era numérica...
fprintf(stderr, "Nenhum dígito encontrado!\n");
exit(EXIT_FAILURE);
} else if (errno == ERANGE) {
// O número está fora dos limites do tipo 'long int'...
fprintf(stderr, "Número fora dos limites!\n");
exit(EXIT_FAILURE);
} else if (*end != '\0') {
// Caracteres não convertidos restantes...
fprintf(stderr, "Caracteres inválidos: %s\n", end);
exit(EXIT_FAILURE);
}
return num;
}
int main(int argc, char **argv) {
int soma = 0;
int num;
for (int i = 1; i < argc; i++) {
num = str2int(argv[i]);
if (i == 1) {
printf("%d ", num);
} else {
printf("+ %d ", num);
}
soma += num;
}
printf("= %d\n", soma);
return 0;
}
#+end_src
Aqui, nós usamos a função =strtol=, que converte os dígitos encontrado na parte
inicial de uma string em seu correspondente numérico com o tipo =long int= na
base numérica especificada no terceiro argumento.
#+begin_src c
long strtol(const char *restrict nptr, char **_Nullable restrict endptr, int base);
#+end_src
Seu retorno é o valor numérico convertido, a menos que o valor exceda os limites
do tipo =long int=, o que fará com que o retorno seja =LONG_MIN= ou =LONG_MAX=. Se esta
for a situação, a global =errno= receberá o valor da constante simbólica =ERANGE=,
o que nos levou a utilizar o cabeçalho =errno.h= no exemplo.
#+begin_quote
Como a conversão pode retornar o valor =0=, é preciso inicializar =errno= com =0= antes
de chamar =strtol=.
#+end_quote
Ao fazer a conversão, o endereço do término da parte numérica é registrado no
parâmetro =endptr=, o que possibilita fazer diversas verificações, como:
- Se o endereço em =endptr= for igual ao endereço do início da string, a parte
inicial contém dígitos;
- Se o valor em =endptr= for igual a =\0=, a string só contém dígitos.
Além disso, se houver uma parte final não numérica, ela pode ser recuperada
a partir do endereço em =endptr=.
*Compilando e executando...*
#+begin_example
:~$ gcc -Wall -o soma soma.c
:~$ ./soma 1 2 3 4
1 + 2 + 3 + 4 = 10
#+end_example